A paisagem, árida, surpreende pela comovente e despojada beleza. As praias desertas, a perder de vista, são uma imagem da natureza no seu estado mais puro. E a população, tão hospitaleira como já é raro encontrar, revela-se a prova viva desse sentimento cabo-verdiano que dá pelo nome de morabeza, sem tradução noutras línguas, mas tão perceptível no modo como imediatamente nos sentimos em casa.
O QUE SABER:
ENTRADA - Apenas é necessário passaporte actualizado.
LÍNGUAS OFICIAIS - Português e crioulo.
CLIMA - Tropical seco com duas estações, a seca (de Novembro a Julho) e a húmida (de Julho a Outubro), apesar de por vezes passarem anos sem chover.
SAÚDE - Não é necessário qualquer tipo de vacinação. Mas é preciso ter os cuidados normais nestes países: deve-se consumir apenas água engarrafada.
MOEDA - Escudo cabo-verdiano. Um euro equivale a pouco mais de 110 escudos. Pode-se pagar em euros, mas o câmbio directo arredonda o valor de cada euro para 100 escudos.
DIFERENÇA HORÁRIA - Menos 1 hora no Inverno e menos duas no Verão, face a Portugal continental.
O QUE FAZER:
A praia é o principal cartão-de-visita da ilha da Boa Vista, com quilómetros e quilómetros de areal intocado. Apesar de ser uma das maiores ilhas do arquipélago de Cabo Verde, é também uma das menos populosas, o que permitiu o elevado estado de preservação das suas paisagens. O turismo da natureza é uma das apostas na ilha: btt, trecking, passeios de moto 4 ou de jipe, são algumas das opções disponíveis em Sal Rei, em empresas de animação como a Quadland. Durante a época da desova das tartarugas são organizadas visitas guiadas às praias, na companhia de biólogos. A pesca desportiva é outra actividade que leva muitos visitantes à ilha, tal como a observação de baleias e tubarões-baleia ou o mergulho.
A Boa Vista dispõe ainda excelentes condições para a prática de desportos náuticos como surf, kitesurf ou windsurf é possível alugar material em Sal Rei. Devido aos maus acessos, apenas veículos todo o terreno conseguem chegar à maior parte das praias ou a locais como o Deserto de Viana, no interior da ilha. Pode-se alugar um jipe ou contratar um táxi (que por aqui são pick-ups) por um dia inteiro, com o motorista a servir de guia. Outra opção é participar nas excursões pela ilha organizadas pela operadora turística local.
PARA COMER:
A gastronomia da ilha é essencialmente composta por marisco e peixe grelhado, com especial destaque para espécies como o atum ou o serra. Aconselha-se também a lagosta (suada ou grelhada) ou as cracas, um crustáceo envolto numa espécie de rocha, com um sabor parecido ao percebe, mas mais carnudo e intenso. O queijo de cabra, servido muitas vezes grelhado, é outra das especialidades da Boavista.
Alguns restaurantes recomendados:
Osteria Blu Merlin 'Cá Santinha'
É um dos mais frequentados da ilha, tanto por habitantes locais como por visitantes. Tem apenas quatro mesas e por isso aconselhase reserva antecipada. As especialidades da casa são os mariscos e o peixe-assado, grelhado ou em carpaccio. As esparguetes de lagosta e de caranguejo também são muito afamadas.
Riba d'Olte
Propriedade do casal de portugueses Pedro e Maria Neves Mota, é um restaurante de autor, que propõe uma fusão entre a gastronomia local e sabores portugueses e do mundo. Possui uma vasta carta, na qual se inclui uma sofisticada lagosta suada, a saladinha de polvo à portuguesa, as pataniscas de polvo, sashimi ou camarões com molho picante de framboesa.
Sodade di nha Terra
É considerado por muitos o melhor restaurante da ilha. Fica na aldeia do Rabil e aconselha-se a lagosta ou o cabrito.
Spinguera
Um restaurante que funciona apenas com reserva. Propõe uma cozinha criativa de fusão entre as cozinhas cabo-verdiana e mediterrânica.